sábado, 25 de junho de 2011

A Escola de Atenas

O quadro A Escola de Atenas, pintado pelo renascentista Rafael Sanzio, sob encomenda do Papa Júlio II, é um dos que mais me impressionaram durante os estudos de História da Arte, dada a carga de informações e conhecimento histórico e filosófico que nele está contido. Filósofos, matemáticos, cientistas e astrônomos conversam dentro de uma basílica. Ao centro, estão os filósofos clássicos, Platão (segurando sua obra Timeu) e Aristóteles (com seu livro Ética). Mais à esquerda de quem observa o quadro está Sócrates, o pai da filosofia, em posição que representa bem o seu método de filosofar, o da refutação e dialética, em que o interlocutor é conduzido ao caminho da verdade, após tomar conhecimento da sua própria ignorância. O próprio Rafael aparece no quadro, no canto direito do nosso olhar, olhando para nós, talvez, em uma atitude irônica, característica do período renascentista, já que pintou Platão ao centro, justamente aquele que contesta a atividade artística, já que se o mundo perfeito é o que está no campo das ideias e o que existe no campo terreno são cópias imperfeitas desse mundo ideal, a obra de arte seria uma cópia da cópia, ou seja, cópia da imperfeição.

Platão aponta para cima, justamente para fazer referência ao mundo inteligível, das ideias, enquanto que Aristóteles tem a palma da mão voltada para baixo, fazendo referência ao mundo sensível, do conhecimento pela experiência. Aristóteles chegou na academia de Platão com apenas vinte anos, e sem passar por outros mestres, contestou muito da tradição platônica, pois era inteligente demais para assimilar tudo passivamente. Dentre tantos belíssimos quadros, cheios de significações e beleza, escolhi A Escola de Atenas, também influenciado pelas aulas de filosofia, para iniciar outras postagens sobre essa nobre arte das pinturas.

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