segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ANIVERSÁRIO DO ÁGUIA NEGRA - 21 DE MAIO - TODOS CONVIDADOS!!!

Durante muitos anos, as motocicletas ocuparam o imaginário da mente das pessoas e as telas dos cinemas, em filmes como Easy Rider, The Wild One ou Diário de uma motocicleta. Os dias atuais furtaram muito desse romantismo, em razão do trânsito caótico, a falta de respeito com os outros, o tempo cada vez mais curto, os acidentes e os assaltos. Além de tudo isso, as imagens das pessoas que gostam de rock, as tatuagens, o estilo de se vestir, ainda são associados por muitos com a deliquência ou as drogas. E é exatamente o oposto de tudo isso que encontrei nos motoclubes, especialmente no Águia Negra. Nem todo motoqueiro é um motociclista, que é uma filosofia de vida.

Sediado em São Miguel Paulista, na Av. Dr. José Artur da Nova, equina com a Av. Oliveira Freire, o tradicional motoclube existe há mais de vinte anos. Com uma rigorosa doutrina de paz, união e força, sobretudo, respeito entre os integrantes e com o próximo, além dos encontros festivos são promovidas várias ações sociais, como por exemplo, a entrega de cestas básicas. Sinto-me muito bem no Águia Negra, local que já frequento há alguns anos, influenciado pelo meu pai (centro da foto), e agora me torno também um Águia Negra, para aprender sobre motos, música, lugares e bom convívio entre as pessoas. Estou construindo o meu colete com as coisas de que gosto, os países, os cantores, a cultura, enfim, minhas influências. É o início de mais uma jornada por essa vida, com a certeza de que tenho muito a contribuir, sobretudo, coisa demais para ver e aprender. Muito orgulho de ser um novo integrante desse honrado e respeitado motoclube, entre velhos e novos amigos. Como diz o nosso hino: Sou Águia Negra e honro meu Brasão Carrego a paz no coração Sou Águia Negra, rodando esse país O importante é ser feliz.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Os escritores malditos

Pietro Arentino (Itália, 1492-1556): autor de "Diálogo das Prostitutas" e conhecido no seu tempo como "secretário do mundo", Arentino influenciou muitos outras poetas, inclusive Bocage, onde é citado no soneto Já Bocage não sou... (Outro Arentino fui, a santidade manchei). Filho de um sapateiro com uma prostituta, desenvolveu uma obra mordaz e pouco moral, o que rendia um certo temor da nobreza da época. Caso atípico na história literária, foi protegido por esses nobres, inclusive, muito admirado pelo Papa Leão X e por outros importantes religiosos, que o protegiam, obteve um prestígio que lhe rendeu vida tranquila e fortuna. Além dos poemas, escreveu peças teatrais, comédias e tragédias. Seus versos, talvez pelo caráter pornográfico, são poucos estudados no Brasil, onde seus livros são muito raros.

Lord Byron (Inglaterra, 1788, 1824): exerceu grande influência sobre os poetas românticos, tendo uma vida extremamente atribulada, em razão das numerosas amantes (segundo alguns, a primeira delas teria sido uma babá, quando Byron tinha nove anos!), geralmente casadas, das dívidas (apesar de seu título de nobreza) e denúnicas de incesto, quando se enamorou da irmã, com quem teria tido um filho. Começou a publicar seus poemas ainda muito jovem, obtendo grande fama e prestígio, pela força e qualidade de seus versos, que tiveram grande repercussão na Europa. Em 1823, Byron se une às tropas gregas na luta contra a Turquia, vindo a falecer no ano seguinte, após sucessivos ataques epiléticos. Adorado na Grécia, seu coração foi retirado e enterrado em solo grego, enquanto que seus restos mortais foram enviados à Inglaterra. Sua vida e obra representou o ideal de liberdade do homem romântico, influenciando poetas em todo mundo, como Álvares de Azevedo, no Brasil. Além dos poemas, escreveu a peça "Dom Juan". Não são muitas as traduções e biografias do autor em português, sobretudo pela dificuldade de tradução dos poemas.

Arthur Rimbaud (França, 1854-1891): como Bukowski, a poesia de Rimbaud é sinônima da própria vida do poeta, característica esta comum aos escritores malditos. De caráter simbolista, sua poesia foi escrita quando ele era ainda adolescente. Rebelde, fugia de casa com frequência. Aliou-se à Comuna de Paris, onde, provavelmente, tenha sido abusado sexualmente por soldados bêbados, época em que passou a beber em grandes quantidades e marcar seu estilo com roupas velhas e cabelos longos. Após conhecer o poeta simbolista Paul Verlaine, tornaram-se amantes e passaram a viver uma vida desregrada, regada a absinto e haxixe. Ciumento e passional, Verlaine chegou a atirar contra Rimbaud, durante uma bebedeira. Por essa relação tumultuada, e com a interferência da própria esposa, Verlaine ficou preso durante dois anos. Rimbaud desenvolveu uma série de atividades, dentre elas, tráfico de armas na África, adquirindo um carcinoma no joelho, o que lhe causou a amputação da perna. Morre com apenas 37 anos, após o agravamento de seu estado de saúde.

Marquês de Sade (França, 1740-1814): escritor libertino, deu origem ao termo sadismo, que designa perversão sexual e prazer com a dor do outro. Tece críticas à sociedade urbana e à religião, propondo uma nova ordem moral. Dentre seus livros estão 120 dias de Sodoma, Justine, A Filosofia na Alcova e Diálogos entre um padre e um moribundo, a maior parte deles escritos enquanto esteve encarcerado. Pode ser considerado um dos pioneiros na discussão da Revolução Sexual e da prática homossexual, assunto que foi abordado pela pensadora Simone di Beauvoir no ensaio "É preciso queimar Sade?". Morreu no hospício, aos 74 anos.

Charles Bukowski (Estados Unidos, 1920-1994): nascido na Alemanha, mudou-se para Los Angeles ainda criança. Sua vida é sua obra. Sem afeto familiar e com o rosto deformado pela acne, viveu e escreveu sobre prostitutas, mendigos, bêbados e miseráveis. Tinha repulsa ao trabalho formal e se alcoolizava com frequência, porém, desenvolveu o gosto pela leitura. Escreveu em quartos de pensão, recebendo menos de R$ 200,00 por mês, alimentando-se uma vez ao dia. Com o passar dos anos, foi reconhecido e traduzido mundialmente, inclusive, sendo sua obra adaptada para o cinema. Entre seus livros estão Crônicas de um amor louco, Notas de um velho safado e O Amor é um cão dos diabos.