terça-feira, 28 de junho de 2011

Mestre Chico, sempre Chico

Vi esse VÍDEO de Chico Buarque, e mais uma vez me surpreendo com a simplicidade e a sabedoria do grande mestre de nossa música. De forma extremamente leve e bem humorada, Chico fala da pequenez de um mundo movido pelo comentário da vida alheia, da banalização da informação (como a divulgação da morte de Amin Kadher, hoje, pela Record, com apresentadores chorando ao vivo, e ele correndo na praia... o jornalismo da Record atingiu seu ápice), dos julgamentos destrutivos, como, por exemplo, chamar alguém de "bêbado" ou de "velho". Chico faz sua arte como se fosse o cotidiano e ri do mundo do "espetáculo". Nós idolatramos Chico, mas, para ele, seu trabalho é apenas uma necessidade de criação artística. Chico não precisa ser o "Rei", já temos os Pelés e os Robertos, artistas vendidos para uma emissora de televisão, para ocupar esses postos. Sua alegria e seu espírito sempre jovens é contagiante, como a sua obra. Muitas pessoas que se julgam "deuses" devem aprender com esse grande artista.

sábado, 25 de junho de 2011

A Escola de Atenas

O quadro A Escola de Atenas, pintado pelo renascentista Rafael Sanzio, sob encomenda do Papa Júlio II, é um dos que mais me impressionaram durante os estudos de História da Arte, dada a carga de informações e conhecimento histórico e filosófico que nele está contido. Filósofos, matemáticos, cientistas e astrônomos conversam dentro de uma basílica. Ao centro, estão os filósofos clássicos, Platão (segurando sua obra Timeu) e Aristóteles (com seu livro Ética). Mais à esquerda de quem observa o quadro está Sócrates, o pai da filosofia, em posição que representa bem o seu método de filosofar, o da refutação e dialética, em que o interlocutor é conduzido ao caminho da verdade, após tomar conhecimento da sua própria ignorância. O próprio Rafael aparece no quadro, no canto direito do nosso olhar, olhando para nós, talvez, em uma atitude irônica, característica do período renascentista, já que pintou Platão ao centro, justamente aquele que contesta a atividade artística, já que se o mundo perfeito é o que está no campo das ideias e o que existe no campo terreno são cópias imperfeitas desse mundo ideal, a obra de arte seria uma cópia da cópia, ou seja, cópia da imperfeição.

Platão aponta para cima, justamente para fazer referência ao mundo inteligível, das ideias, enquanto que Aristóteles tem a palma da mão voltada para baixo, fazendo referência ao mundo sensível, do conhecimento pela experiência. Aristóteles chegou na academia de Platão com apenas vinte anos, e sem passar por outros mestres, contestou muito da tradição platônica, pois era inteligente demais para assimilar tudo passivamente. Dentre tantos belíssimos quadros, cheios de significações e beleza, escolhi A Escola de Atenas, também influenciado pelas aulas de filosofia, para iniciar outras postagens sobre essa nobre arte das pinturas.

sábado, 4 de junho de 2011

Quando iniciei o curso de História da Arte, confesso que meu espírito se assemelhava a um estudante de Letras sedento pela gramática: imaginava estudar os detalhes de cada pintura, de cada quadro. Os quadros estavam lá, mas nas paredes também havia música, teatro, cinema, escultura e arquitetura. Indiretamente, conheci a obra do músico alemão Karlheinz Stockhausen (1928-2007), que entre outras personalidades, como Aldous Huxley, Bob Dylan, Jung, Edgar Alan Poe, Fred Astaire, Marx e Marilyn Monroe, aparece na capa do álbum dos Beatles, de 1697.Esse músico clássico influenciou toda a música eletrônica do século XX, além de contribuir musicalmente para o rock'n roll, a ponto de ser chamado para participar da capa e disco dos Beatles. Sua grande inovação foi compor várias orquestras, simultâneas e independentes, cujos cojuntos de som retirava o público de seu eixo, aproximando-se muito da alma do rock, influenciando monstros da música, como Pink Floyd, e revolucionando as questões de ritmo e harmonia.

Enfim, Stockhausen rompeu os limites da música erudita, buscou inspiração em temas ocidentais, organizou concertos em que não havia notas fixas, regendo os músicos em um aparente improviso, passou meses se apresentando em dias sucessivos, sem repetir a sequência do dia anterior. O músico alemão polemizou, e com a sua irreverência artística e criativa, de só quem domina muito bem o que está fazendo, alcançou públicos diversos, alcançou-me, e eu, ainda muito distante da música clássica, pude aproveitar durante horas o resultado dessa incrível experiência musical. Viva a não certeza de todas as coisas, quando as dúvidas são bem realizadas!

Texto dissertativo

Estou tendo uma experiência muito direta com cursos preparatórios para vestibulares e concursos públicos, na elaboração de materiais, no planejamento e dentro das salas de aula, onde dialogo com centenas de rostos preocupados, olhando-me, buscando entender a gramática (normativa), o estudo textual, a literatura. Quando saio da sala, já estão se esquecendo do que eu disse, pensando em logarítimo, no revelo nacional ou na Independência dos Estados Unidos, ou não. Ensinar é uma arte constante de se alegrar e de se frustrar, mas viciante.


Neste ano, o vestibular da Fuvest estará mais difícil. A nota de corte será maior, as questões da primeira fase mais numerosas e um número reduzido de candidatos serão convocados para a segunda fase. Assim também ocorre com os concursos, cada vez mais concorridos.


Quando iniciei a pós-gradução em Ensino a Distância, pensei em criar um site que ensinasse as matérias de Letras, matriculei-me em um curso de Web Design, comecei a estudar linguagens de programação e acabei não os concluindo, por acúmulo de atividades. Hoje, terminada a pós, penso em voltar a colocar esse projeto em minhas prioridades. Por enquanto, publicarei algumas matérias de interesse para essas provas, que poderão ser acessadas no link concursos e vestibuares, à esquerda da página. Assim, inicio com o texto dissertativo.


Modelo e orientações para o texto dissertativo (cada parágrafo deve ser iniciado com espaçamento da margem).


A expansão dos direitos civis para os homossexuais
(título centralizado, primeira maiúscula, espaço de 1 linha)

As questões morais e religiosas são insuficientes para justificar a restrição aos direitos civis quando se trata dos homossexuais, já que (apresentar uma ideia e explicá-la, desenvolvê-la) na sociedade contemporânea as bases formadoras de comportamentos se enfraqueceram diante da multiplicidade e complexidade das relações entre as pessoas e delas consigo mesmas.
(o primeiro parágrafo é a introdução, deve conter o posicionamento do autor do texto e os elementos que serão desenvolvidos nos parágrafos intermediários, neste caso, questões morais, religiosas, sociedade contemporânea e mudança de comportamento).
Desde a Revolução Francesa (apresentação de um fato conhecido, pertinente e importante), o ser humano buscou a igualdade de direitos, embora, o rumo da sociedade capitalista tenha potencializado a desigualdade entre as pessoas, porém (promover a coerência), no campo civil, muitas vitórias ocorreram, no que diz respeito aos direitos de negros, crianças e mulheres, trazendo um novo cenário para os grupos considerados minoritários, dentre eles, os homossexuais (sempre trazer o tema para o texto).
(dividir as ideias nos parágrafos; não construir parágrafos muito extensos ou muito curtos no desenvolvimento)
A discriminação, muitas vezes (relativização) baseadas em dogmas morais e religiosos (desenvolvimento do que foi apresentado na introdução), passou a ser pensada e rejeitada por boa parte da sociedade, haja vista que a etnia, gênero, religião ou opção sexual (volta à questão do tema) não retiram a condição de ser humano, ou seja, de identificar-se com o outro, além disso, as atrocidades cometidas no início do século XX (apresentação de fato conhecido), com as duas grandes guerras e a constituição dos Estados nazi-facistas, demonstrou que estabelecer critérios de superioridade, fundamentado em falsas ideologias que tratam as diferenças de maneira pejorativa e perigosa, causa danos irreversíveis à vida em nosso planeta, inaceitáveis na sociedade contemporânea, já experimentada em relação aos conflitos entre os homens.
Superadas as questões morais e religiosas, advindas da tradição cultural, muitos países europeus e, mais recentemente, a Argentina (apresentação de caso concreto), aprovaram a lei que reconhece e garante os direitos civis para os homossexuais (tema), inclusive (fortalecimento da ideia), o direito à união estável, com isso (fortalecimento da ideia), demonstrando que é possível pensar as relações sociais de uma outra maneira, quando o objetivo é promover a igualdade e combater a discrimação, o que, no dia a dia, já se observa no Brasil, país propenso ao respeito e à multiplicidade cultural, étnica e sexual, em virtude da sua própria formação histórica, ainda que haja focos de resistência em alguns setores da sociedade.
Sendo assim (conclusão, último parágrafo, síntese do que foi exposto), promover um pensamento e comportamento que incentivem o respeito às diferenças e busque a igualdade de direitos é dever do poder público e da sociedade civil, que necessitam criar mecanismos que garantam esses direitos fundamentais, além de formar pessoas (mudança de comportamento, como apresentado na introdução) que se respeitem e que construam um mundo com muito mais paz e igualdade entre todos.

Considerações Gerais
- dissertar é expor uma ideia, argumentar acerca de um tema, com impessoalidade (não se deve utilizar primeira pessoa, eu acho que, eu penso que, na minha opinião), objetividade e clareza (selecionar o vocabulário empregado, linguagem padrão, evitar repetições e ideias vagas como: entre outros, etc), concisão (ideias diretamente relacionadas) e coerência (ideias que não se contradizem).
- fugir do tema, não abordá-lo ou se contradizer é erro grave.
- faça um texto rascunho, para depois corrigir a escrita (sintaxe, concordância, ortografia) e aprimorar o conteúdo (use os concetores de sentido).
- não use gíria, frases prontas, jargões, provérbios ou expressões populares.
- respeite as margens, escreva de forma legível, acentue e use corretamente a vírgula. Em caso de erro ortográfico, deixe a palavra entre parênteses, passando sobre ela um traço único.
- Divida o texto em introdução, desenvolvimento e conclusão; organize os parágrafos.
- Caso seja solicitado número de linhas, tenha como referência o limite de três para mais ou para menos.
- Não se esqueça do título, que deve contribuir para o sentido do texto (evite títulos simplistas, como: O aborto / A eutanásia / A fome).